Uma hora desta, companheiros e companheiras nesta luta necessária, o Senhor governador Cid Gomes vai ter que parar de "viajar" e nos dar a resposta concreta que nos deve na forma da lei, que é pelo que lutamos. Vai ter, sim, que dar também esta resposta à sociedade que, segundo ouvíamos no começo das conversas lá, nas tão afamadas rodas de negociação sem negociação, o governo não precisa de nós professores, pois tem 70% de votos do povo. Já se discute hoje isso aí deste dado, viu!, tamanha tem sido nossa luta pela visibilidade, que não é uma visibilidade nossa, ou a coisa de sermos vistos por apenas sermos vistos! Mas é uma acirrada batalha por esclarecimentos dos verdadeiros propósitos deste governo aí com a educação pública no Ceará.
Dentre outras, felicitações minhas ainda ao repóster Alessandro Torres, da TV Verdes Mares, que ontem nos acompanhou a assembleia quase inteira, com todas as atribulações que sabemos: existem de verdade a cada assembleia! Mas pacientemente andou pela multidão, sentou, levantou, sentou de novo, observou-nos silencioso, gravou aqui e ali no seu mínimo gravadorzinho. Enfim, acompanhou quase toda aquela loucura necessária num debate que considero inevitável, para cuidadosamente ele então dar sua rápida cobertura ao evento, mas que vejo útil. Verdadeira visão. O que nem sempre acontece aos repórteres que, claro, no emaranhado das reportagens a realizar num tempo recorde, caem nas agendas de greve como se fosse de paraquedas e, como se fossem igualmente relâmpagos, somem, parece que voam, batem asas, publicando o que às vezes nem combina com a verdade do movimento que atualmente ganha talvez mais cuidado pelas mídias, em especial a televisiva, o que é significativo para nós professores.
Tudo isso, companheiros e companheiras, com certeza é resultado de um esforço conjunto, sim, apesar das pequenas divergências de toda greve. Pequenas decerto, considerada a grandeza do todo. É graças à decisão e uma garra de professores e professoras que não abandonamos a luta, porque nem temos mesmo motivo algum de abandoná-la. Diferentemente do que tivemos que fazer na também inevitável greve de 2009, dispersados todos pelo medo e pela falta de mobilização da chamada base logo nas primeiras ameaças dos verdadeiros inimigos de uma escola pública melhor.
É indiscutível que esta resposta tem vindo de nós, os professores, estes que somos chamados de base do movimento. E somos. Nada contra de jeito nenhum àqueles que se "encontram" em partidos, correntes etc. Acho que tem que ser assim mesmo! Pra que sentido maior, né! Sentimento de pertença é um dos mais gratificantes da existência. Temos experimentado isso como base. Claro que falo por mim. Mas tenho vivido o gostinho indescritível de pertencimento a uma categoria de professores que se fortaleceu numa luta que terá que ser vitoriosa. Não temos mais como não sermos vitoriosos. Não somos ilegais. Ilegal é o governo que não paga o piso com repercussão na carreira do magistério e põe obrigatoriamente o professor na rua em sol ... escaldante até em feriado nacional. Sol escaldante. O pleonasmo é de propósito. Sol escaldante que não nos desmobiliza. Muito ao contrário. Parece que esquenta é mais! Não só os "miolos"! E haja mais e mais água, bloqueador solar, batom etc e tal! Mas vamos lá. Vamos à vitória juntos.
Profª Mailma Sousa
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