quarta-feira, 24 de agosto de 2011

DIÁRIO DE GUERRA, QUERO DIZER DIÁRIO DE GREVE

Saudações à todos!

Para deixar os que não me conhecem um pouco mais familiarizados com o meu Diário de Guerra, quero mais uma vez dizer DIÁRIO DE GREVE. Faço comentários a partir de acontecimentos marcantes da greve dos quais, maioria, tenho participado. Os últimos dias foram de muitas emoções, por isso vou tentar fazer uma síntese que seja pelo menos justa para os que por algum motivo não puderem participar efetivamente ou presencialmente.

A semana começou com o ato público "em frente" ao Palácio da Abolição na segunda-feira 22 de agosto. Digo entre aspas, pois fomos impedidos de ficar em frete ao palácio. Imaginem a minha surpresa ao perceber que todas as ruas ao redor haviam sido tomadas por cercas e policiais armados. Parecia que estávamos em meio a um gueto. Mas então percebi que quem estava no gueto, isolado, se isolando, era nosso digníssimo chefe do poder executivo. Percebi então que o "Sr. Governador" realmente estava incomodado com a nossa greve. Já imaginava, suspeitava, com cada declaração estapafúrdia que aparecia na imprensa. Mas ali, vendo todos que estavam lá para "protegê-lo". Nós estávamos conseguindo persistir em uma batalha digna de ser comparada à de Davi e Golias. Muito caminho ainda tem que ser percorrido, mas os primeiros passos já foram dados. 

No dia seguinte, tivemos deliberações importantíssimas em nossa zonal. A organização e definição de nosso próprio Ato Público para consolidarmos as ações do nosso sindicato e dos professores de base. Temos umas data (30/08), um horário (15h), um local (Praça do Henrique Jorge, em frente ao EEFM Mariano Martins) e um propósito (uma caminhada em defesa dos profissionais da educação e de uma escola pública de qualidade). [[[[[[DIVULGUEM]]]]]]

Hoje, quarta-feira 24 de agosto, os professores do estado e outras categorias participaram de um ato do dia nacional de Jornada de Lutas. Além de convidá-los a participar de nossa caminhada dia 30/08 às 15h, [[[[[[DIVULGUEM]]]]]], ainda participamos de uma reunião no auditório do nosso sindicato. Reunião esta que contou com a participação do núcleo de diretos da APEOC e de dezenas de professores, de várias zonais da capital e interior, que serviu para formar uma comissão que iria entrar em contato (à pedido do Governo) com assessores do governador e deputados da assembléia legislativa. O "encontro" foi marcado pelos mesmos, que não admite fazer negociação com categoria que está em greve (Detalhe, somos a primeira categoria a conseguir tal feito).

Por isso uma vez mais falo: O trabalho de cada um de nós é vital. Cada um é uma gota no oceano e sem essa gota, parafraseando Madre Teresa, o oceano seria menor. A figura do governador dá cada vez mais motivos para que a população venha a apoiar nossa, mais do que justa, greve. Dizeres como "Professor tem que trabalhar por gosto, se quiser ganhar dinheiro, pede demissão e vai para a escola privada" e a última (perdão, não a última mas a mais recente, pois tenho certeza de que virão muitas outras) foi "não deveria nem haver carreira".... Pérolas e mais pérolas para nossa sociedade, esclarecendo à todos o apreço que ele tem pelos educadores e a educação destinada dos filhos e filhas da classe trabalhadora.

Desculpem pelo excesso de palavras... Prometi ser objetivo (fui o mais que pude no momento), mas tentarei ser ainda mais na próxima vez.

Mais uma vez obrigado pela consideração.

Cordialmente,

Prof. Joaquim Veridiano

Apenas um pai, um filho, não um espírito santo, mas um trabalhador em defesa da nossa dignidade e da nossa valorização.

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